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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Cotas raciais: Assunto complicado, devem somar e não dividir o Brasil !

Há muitas semanas eu queria escrever sobre este assunto. Residindo fora do Brasil há mais de duas décadas não me conformo com algumas leis que considero oportunistas e desajustadas do contexto sócio cultural. Não sou contra as ditas "Cotas Raciais" se tentar compreender o objeto histórico a que se referem - entenda-se, os cerca de 3 séculos de regime de escravidão vividos no Brasil -. De qualquer forma, não me parece minimamente razoável tentar impor pela lei um problema que deveria ser resolvido pelo fomento da educação e do civismo, pela melhoria do ensino para TODOS e não por 'etnias'. Evidente que sou uma gota no Oceano e ainda por cima, vivendo do "outro lado do Oceano Atlântico". De qualquer forma, o fato de estar geograficamente distante não me turva a compreensão dos fatos. Claro que assuntos assim seriam quase como discutir política, religião ou futebol: cada um tem sua opinião e devemos respeitá-la ... mas não é a mesma coisa! Este assunto seria consensual se vivêssemos em uma sociedade estanque em que as pessoas não se locomovessem do local de nascimento. Mais adiante vou colocar "excertos" de textos que tenho lido a respeito, na tentativa de obter uma opinião ajustada aos valores que a dita 'Lei das Cotas' pretensamente visa defender. Nunca em minha vida tive qualquer espécie de preconceito, seja de cor, religião, clubísticas (muitos de meus melhores amigos torcem pelo Internacional de Porto Alegre -sic - e nem por isso deixaram de ser especiais em minha vida  kkkk apenas sinto muito por eles não terem descoberto as virtudes de torcerem pelo Grêmio Futebol Porto Alegrense ... 50% + kkkkk).


Vivendo fora do país tanto tempo posso dizer com convicção o que é sofrer ou ver sofrer discriminação. Passei os primeiros 10 anos em Portugal defendendo, juntamente com outros colegas, nossa integração no sistema profissional de nossa classe -aqui 'médicos-dentistas', pelo simples INcumprimento de uma LEI assinada entre os dois países. Isto, por si só mostra que "de leis estamos cheios" seja Brasil ou Portugal. O que nos falta é executar o básico: cumpri-las e educar para que sejam desnecessárias num futuro próximo.
Vou citar alguns fatos, comprovados e irrefutáveis, retirados da imprensa hoje mesmo:
1. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) possibilita que candidatos de outros Estados concorram em qualquer universidade federal do País. Essa reserva de vagas por cor de pele está na Lei de Cotas aprovada no Senado anteontem. O projeto prevê que 50% das vagas das universidade federais sejam reservadas para alunos da escola pública - respeitando as reservas por cor de pele e rendaPelo Enem, por exemplo, um aluno de Santa Catarina - cuja população negra e parda não chega a 16% - pode concorrer pela cota com mais chances de sucesso em uma instituição do Pará, Maranhão e Bahia. Nesses Estados, o porcentual total da população negra e parda é superior a 76%, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

2. Quando se olha as proporções de inscritos em todo o Brasil no Enem, divididos por cor de pele, os números seguem a realidade nacional apurada pelo IBGE. Mas, quando se diferencia por Estados, algumas distorções aparecem. O Rio é um exemplo. O Estado tem quatro universidades federais, entre elas a UFRJ - a maior do País. Todas terão de respeitar a proporção de 51% de negros e pardos, indicada pelo Censo. Mas a participação de inscritos no Enem de 2010, por exemplo, foi de 43% - representando uma diferença de 18% entre essas realidades. O porcentual pode parecer pequeno, mas significará a substituição de candidatos de escolas particulares daquele Estado por negros e pardos de outros - valendo-se de uma cota alheia a ele. Isto comprova que mesmo ANTES de sancionada a Lei, já se encontram meios de burlá-la. 

3. Crítico das cotas com critério racial, o advogado José Roberto Ferreira Militão (clicar no nome para ir direto ao site) concorda que há margem para distorções e diz que a lei abre espaço para questionamentos jurídicos. "A interpretação é dúbia e a questão deve ir para o Supremo Tribunal Federal", afirma ele, militante do movimento negro. Para Militão, a própria fixação do porcentual de negros causa múltiplas interpretações. "A lei, quando quer ser, é clara. Essa é um engodo, porque não fica claro se esse porcentual de negros será distribuído incluindo os cotistas por renda." A lei indica que os critérios serão definidos por cada universidade... imagina-se a discrepância de "definições". 

4. Por último, fica um resumo e o link de um trabalho que li meses atrás e que fornece outros dados para reflexão. São de autoria da advogada Roberta Kaufmann, professora de direito constitucional e direito administrativo na Escola Superior do Ministério Público e na Escola da Magistratura, no Distrito Federal. Vale a pena ler todo artigo, que está em link no NOME da autora, basta clicar nele. Ressalto aqui somente o final do mesmo, quase em tom de conclusão pela autora.

"Em vez de observarmos o Brasil como exemplo para o mundo do século XXI, a partir do convívio harmônico entre brasileiros natos e imigrantes das mais diferentes culturas, religiões e cores, ativo absolutamente estratégico nesse século de tantos conflitos, pretende-se promover o dissenso e a divisão de nossa unidade nacional. As tentativas de racialização e de imposição de categorias estanques colocam em risco justamente o que temos de diferente – e de melhor – em relação aos outros países. 
Nós não precisamos copiar um modelo que foi pensado para resolver o problema do racismo institucionalizado e praticado em outros países. Podemos ser criativos e elaborarmos um modelo próprio de ação afirmativa para a necessária integração dos negros carentes no Brasil. Cotas sociais, sim! Cotas raciais, não! Porque a pobreza, no Brasil, é a grande causa da segregação." -segundo ela-

A meu ver o Estado DEVE corrigir as discrepâncias oriundas de séculos de escravatura mas não desta forma tosca e minimalista, facilitando o contrário do que a dita lei prevê. Como dizem os textos, parece que já está acontecendo mais uma discriminação 'encapotada e, agora, abrangida por uma 'lei': os indivíduos afrodescendentes RICOS, que estudaram nas melhores escolas, conseguirão as vagas todas reservadas por este sistema'. Basta ver os números discrepantes do IBGE e das inscrições nas Universidades Federais. No Brasil parece não bastar a uma lei ter "conteúdo" e ser justa... ela precisa ser CLARA e não permitir margem de manobra para oportunistas. Daqui do outro lado, assisto com alguma descrença ao 'pouco caso', por parte de políticos demagogos e outros espertinhos de plantão, pelo nosso MAIOR BEM que é justamente, em pleno século XXI, sermos um país ÍMPAR, sem divisões, um gigante que fala a mesma língua e que sabe brincar e se divertir carinhosamente com suas diferenças, sejam religiosas, regionais, raciais -algo impensável em países ditos 'desenvolvidos'-. Querem, com leis excludentes, destruir um patrimônio -este sim construídos com séculos e séculos de multiculturalismo- inalienável do povo brasileiro. Por que esta gente não vai "dar uma curva e ver se estamos todos ali na esquina"? Vão é MELHORAR a qualidade do ensino público, municiando de meios e de bons profissionais (ah, não esqueçam que os professores DEVEM SER BEM PAGOS por isso) todas as Escolas públicas, de maneira a serem desnecessárias leis desta magnitude que, vistas de fora, mais parecem tiradas de compêndios da idade média. Perdoem-me o "Jornal de Domingo" que virou este post mas era necessário colocar as diversas correntes de pensamento para que não venham dizer que é uma atitude 'sectarista' de minha parte. O desejo é de saber mais sobre o assunto polêmico com mais uma lei que parece já conduzir ao contrário do que se propõe. Quem sabe a presidente Dilma tem um 'lampejo visionário' e ouve os diversos setores da sociedade que, desejando o mesmo fim, não parecem estar de acordo com os meios. 
Abraço, Flávio A. Portalet Jr.
Excertos do:
- Jornal do Comércio de Porto Alegre de 13 de Agosto de 2012 (hoje)
- site 180graus
- opiniões de diversos articulistas de jornais como a Folha de São Paulo, O Globo, Estado de Minas, A Tarde (BA), Correio do Estado (MS), Correio da Paraíba, O Estado do Paraná, etc...
- sites engajados nas lutas contra o racismo e, sobretudo, a exclusão social.
PS: Os cartoons e umas brincadeiras são apenas para conferir "alguma leveza" a um assunto tão importante e complexo. 

41 comentários:

  1. Muito interessante esta sua reflexão. O sistema de cotas para alunos nas universidades do Brasil é uma ideia tão estúpida como a que se chegou a falar vir a fazer aqui em relação ao curso de medicina, pelo facto de nos últimos anos haverem muito menos homens que mulheres a frequentá-los. A ideia é descabida de nexo pois esses mesmos que estão agora preocupados com essa situação nunca se preocuparam quando tudo acontecia ao contrário. Até aos anos 70, turmas completas de cursos de Medicina ou Direito por exemplo, se haviam 2 ou 3 mulheres em trinta alunos era muito e se alguém falasse em cotas para mulheres nessa altura, eles iriam achar que era piada. As pessoas valem pelo seu esforço e dedicação e se existem mais mulheres nas universidades agora é porque têm mais interesse nos seus estudos que os homens. Nós por cá já tivemos uma mulher Primeiro Ministro e agora temos uma que é pres. da Ass. da Republica. Não foi preciso cotas para que elas chegassem lá, tal como não foi necessário uma cota para que a Dilma chegasse à presidência do Brasil, pois todas chegaram lá devido ao seu valor e se ainda hoje existem menos mulheres que homens na política isso tanto se deve a questões históricas, sociais e o interesse (ou a falta dele) que a maioria delas ainda tem hoje em dia.

    No caso do Brasil, que já tive o prazer de visitar, incluindo o seu estado de que gostei bastante, julgo essa ideia das cotas raciais patética, tal como a lei do "racismo" que dizem dar prisão. Com leis dessas só se evidenciam mais as diferenças em vez de as tentarem minimizar. Me perguntaria: E se for um negro/pardo a insultar um branco, em que é que ficamos? Também é racismo e dá prisão, ou não?

    A real discriminação no Brasil não se deve à cor da pele, mas sim à desigualdade na riqueza que gera pobreza e para ter a certeza disso não é preciso ir mais além do que isto - Nunca estive num país onde se falasse tanto em "ricos" e "pobres" como no Brasil, nunca estive num país onde o "status" social fosse tão importante para coisas tão simples como fazer amigos ou arranjar um emprego, nem nos EUA que também é sectário, tem um tecido social e história algo semelhante à do Brasil se é assim e eu já estive em mais de trinta países, muito distintos uns dos outros. Nunca como no Brasil vi as pessoas a serem caracterizadas, não pela sua cor, mas pelo aspecto que evidencia riqueza ou pobreza, no tratamento que dão ao cabelo, pelos músculos ou "corpão-violão", pelas roupas que vestem, pelos bares que frequentam, pelos carros que têm, pelas viagens que fazem, etc isto sim é a verdadeira discriminação que existe no Brasil e ela não acaba com a imposição de cotas onde quer que as inventem, é uma mentalidade social em que só se dá valor a quem tem mais dinheiro em detrimento de quem tem menos e essa mentalidade é que tem que ser combatida. Perante isto, a questão da cor no Brasil, ou sistema de "cotas" no Brasil não passam de um simples "fâit-divers".

    Desculpe o comentário demasiado longo.

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    1. Antes de mais nada, meu muitíssimo obrigado pelo comentário repleto de lucidez e demonstrando uma compreensão de algumas realidades (triste, por sinal) brasileiras que boa parte de meus conterrâneos parece "não querer ver" (tenho dupla cidadania e vivo aqui em Portugal há quase 23 anos). Você faz um retrato bastante real de algumas realidades sociais do Brasil. Poderia ter escrito o triplo do que você escreveu que todos sairíamos a ganhar. Parabéns e muito obrigado! Volte sempre. Flávio A. Portalet Jr.

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  2. Adorei o post. É preciso vontade para tocar neste assunto. Parabéns Flavio.

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    1. Muito obrigado Cláudia. Fico feliz que tenha despertado algumas pessoas que nem participam diretamente do Blog para que comentassem e trouxessem sua experiência. Prova está no comentário do meu conterrâneo aqui em Portugal, "Martini Bianco" repleto de sapiência e lucidez. Obrigado por tua participação!

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  3. Ó pá! Como é esta cor aí? Parda? Aqui acho que seria "ai Jesussss" ó Flávio.

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    1. Kkkkkkkk "Raposa - Fox - Raposinha" ... pois é, veja o link da "Roberta Kaufmann", no ítem número 4 que verás que "pardo" é apenas UMA das 135 cores que o brasileiro consegue identificar nele mesmo. Nem uma palete das tintas Robbialac tem tantas cores.. kkkkkkk. Obrigado!

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  4. Um pessoal que veio de Sampa ja tinha falado nisto e eu pensava que nem ia ser aprovado. Por aqui o pessoal comenta e ninguém parece gostar. tks Flavio.

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    1. Infelizmente ainda acontece coisas deste tipo no nosso fantástico Brasil. Conseguem aprovar uma 'lei' que nenhum dos beneficiários está satisfeito e ao que parece, vale mais o ditado "o tiro saiu pela culatra". Quem sabe este povo acorda se nós fizermos um pouco de barulho? Espalhem este post até que a Dilma leia kkkkkkkk

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  5. Flávio, adorei este post! Excelente! Um dos melhores que eu já li...concordo plenamente com suas palavras, aliás, eu como estudante e concorrente a uma vaga na Universidade (fora do sistema de cotas) acho que o Governo está querendo fazer algo "certo" da maneira mais errada possível!
    P.s. Tem como a Dilma ler seu post? hahahahah

    Adoro o seu Blog, é muito informativo e de grande ajuda para estudos e compreensão de assuntos importantes!
    Beijos, Gih.

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    1. Querida Gih, muito obrigado pelo comentário. Acho que és a 2ª mais novinha aqui no Blog e acho fantástico quando podemos trocar idéias desta forma. A forma de pensar de alguém que está às portas do vestibular, sobretudo em assuntos deste tipo é algo importante para a compreensão do mesmo. Muita sorte (sem os 'benefícios' -???- das cotas). Tens capacidade de sobra pois tua mamãe soube te conduzir muito bem. Obrigado, volte sempre! Beijos do Flávio.

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  6. Boa tarde!
    Eu sendo negra, mulher e pobre, concordo plenamente com o sistema de cotas quando fundamentam as justificativas do ponto de vista histórico. O problema é que as pessoas que discutem esses temas não são as pessoas que vivem o problema de ser negro, pobre e depender de um sistema educacional que está em constante colapso. Por quantas greves eu já passei, isso não está nem no gibi, mas minha base de conhecimento para vestibular sempre foi muito ruim e dinheiro para cursinho eu não tive. Fiquei tentando mais de 5 anos entrar em uma Universidade de deveria ser para todos mas tem um sistema excludente de provas. Ou seja, a universidade pública é para quem pôde ter um acesso melhor a educação. Não tem como comparar a minha história e o meu trajeto até o vestibular com a história uma outra menina, branquinha, com acesso a tudo que tem de melhor em termo de educação e qualidade de vida. Mas é claro que só consegue entender o que estou falando ou se colocar no meu lugar alguém que tem vivenciado algo parecido. Eu sempre tive que lutar muito mais, e sinceramente não acho isso justo pois somos todos iguais, humanos, racionais. Se alguém tiver uma idéia melhor para fazer com negros e pobre tenham mais acesso a educação universitária, por favor, eu sou toda ouvidos! Mas até lá fico com a minha opinião baseada na minha experiência de vida.

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    1. Marilia, antes de mais queria agradecer sua participação. É com a experiência de todos que podemos, realmente, construir um futuro com bases mais sólidas e solidárias.
      Meus irmãos e eu estudamos em escolas públicas praticamente até "as portas do vestibular" (estudei os 3 últimos anos em colégio particular porque minha mãe conseguiu um 'bolsa integral' pois não tínhamos condições de arcar com os valores da época). A verdade é que tive ao longo da vida, inúmeros amigos de origem muitíssimo pobre, que mal tinham o que comer em casa e era uma redenção aos pais enviá-los para a Escola para terem 2 ou 3 refeições diárias. A grande maioria destes colegas e amigos eram de raça branca o que não os impediu de serem pobres e de terem complicações de toda a espécie para acompanhar o ensino ‘normal’. Neste aspecto permita-me discordar levemente de pequenos pontos de sua bem fundamentada exposição, pois aqueles amigos tiveram piores condições não pela cor da pele mas sim por um sistema INJUSTO que não os favorecia nem auxiliava em nenhum momento para que efetivamente pudessem “mudar suas vidas”. É somente NESTE ponto que discordo das “Cotas raciais”. O Brasil é um país fantástico pelo seu potencial humano e pela diversidade enorme de culturas e povos, oriundos dos 4 cantos do mundo. A meu ver o problema está em um ensino “desfocado da realidade sócio econômica do país”. Há apenas 3 décadas, no Rio Grande do Sul ao menos, as escolas públicas eram as MELHORES e as que mais preparavam para o ingresso na Universidade. O que se assiste hoje é o desmoronar do Ensino público em nosso país. Escolas caindo aos pedaços, professores mal pagos e em greves intermináveis que nunca dão em nada a não ser os presidentes dos Sindicatos que mesmo sem conseguir um alfinete para a categoria, logo se lançam na política e lá estão um punhado deles, fazendo COISA NENHUMA no Congresso Brasileiro… e os professores e Escolas continuam morrendo aos poucos.
      Por isso decidi lançar de imediato este assunto e neste aspecto tento perceber um pouco de cada pessoa efetivamente engajada no assunto. Nota-se que mesmo alguns dos líderes de movimentos negros no Brasil, que constam no post, são CONTRA a lei como ela se apresenta. A advogada que também citei revela aspectos desestabilizadores da mesma lei que já começa a ser vilipendiada mesmo antes de ser sancionada. É quanto a ESTE TIPO DE SITUAÇÕES QUE DEVEMOS LUTAR, todos nós, negros, brancos, índios, orientais -ou mesmo uma qualquer das 135 cores que o imaginário do brasileiro referiu em pesquisa livre sobre a cor de sua pele , o que não deixa de ser fantástico!!- Quero eu dizer, terminando, que o cerna da questão me parece ser o ENSINO PÚBLICO COMPETENTE E COMPLETO, como era muito antigamente! As Universidades Públicas NÃO são procuradas somente pelo fato de serem “gratuitas” mas pela excelência do Ensino que propiciam. Se às Universidades é possível MANTER um nível elevado de aprendizado é IMPERIOSO que o ensino BÁSICO tenha não só os mesmos recursos como ainda mais. Esta é a verdadeira questão! Daqui a mais uns 10 ou 20 anos seremos ainda mais miscigenados e uma lei baseada na “cor da pele” cairá, como se diz aqui, “EM SACO ROTO”. Como disse, compreendo bastante bem o que relatas. Mesmo tendo a pele ‘possivelmente branca’ tive sérias necessidades não atendidas em minha infância mas venci pelo meu esforço. Nenhum de nós mudará a cor da pele mas temos o dever de tentar mudar as mentalidades de quem nos obriga a acreditar que a cor da pele é que dita as regras para o insucesso. Muito obrigado pelo seu excelente comentário! Abraço, Flávio A. Portalet Jr.
      PS: Perdoe-me a extensão da resposta

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  7. Acho que não há mais comentários a se fazer mas não poderia deixar de parabenizá-los, sim, parabenizá-los pois os comentários também estão muito interessantes. O assunto é bastante polêmico e podemos sem dúvida alguma encontrar as mais diversas opiniões a respeito. Beijo. Maria Alice Lordelo - diretamente da Selva.

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    1. Alice, sempre encontramos algum detalhe para melhorar. É com a opinião de todos que construiremos uma base maior e melhor de conhecimento a ponto de não nos deixarmos levar pelas 'soluções pretensamente mágicas' que não mudarão a condição econômica das populações. Obrigado pelo comentário ... e não te faças de indígena pois apenas resides próximo do luxuriante Pantanal brasileiro que só é "selva" nas brincadeiras que todos fazemos. Estás "fora das cotas" :) Bj.

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  8. Eu sou contra as cotas, sejam elas quais forem. Acho que o fato de ter nascido, preto, branco, amarelo, verde, vermelho,kkk, enfim da cor do arco-íris, não diminui a inteligência de ninguém, e o querer buscar o conhecimento, a informação, independe de cor ou condição social. É bem verdade que existem pessoas que têm meios de adquirir com mais "facilidades", mas no sentido de terem nascidos em famílias abastadas.
    Sou SIM a favor de uma educação igualitária, onde todo ser humano tenha o direito a ela, e possa concorrer de forma justa com qualquer outro cidadão de uma classe social digamos diferente da sua. Estudei minha vida toda em escolas públicas, e isso não me impediu de ingressar em uma das melhores universidade do meu estado, e é claro que não sou a única.

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    1. Joelma, acho que a cor da pele não é, como já está sobejamente comentado, o principal problema de nosso ensino. O problema é a dificuldade de acesso a um BOM aprendizado que DEVERIA ser obrigação do Estado (aliás, está na Constituição!!!!) mas neste aspecto, infelizmente, a condição sócio econômica está diretamente relacionada ao insucesso. Famílias altamente carenciadas têm maiores dificuldades. Embora sejas novinha, ainda conseguistes fazer parte do Ensino de BOA QUALIDADE que se ministrava de norte a sul do Brasil. Acho que isto sim mudou e é aí que estes políticos demagogos deveriam agir. Obrigado por teu comentário!! Bj.

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  9. Garoto, que espetáculo de informação. Estava confusa com alguns aspectos mas o post e os lindos comentários deixaram tudo perfeito. Obrigada Flávio, muito obrigada! Beijos da Cátia aqui do Rio 2016
    Em 2013 também tem e em 2014 idem. Vem

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    1. Obrigado Cátia! O assunto, como se vê, é polêmico justamente porque acaba por colocar a nu um sistema de ensino falido que parece querer 'resgatar' com medidas de cima para baixo. De que adianta 'garantir x ou y vagas nas Universidades' se o despreparo e a deficiência estão, na verdade, no Ensino Básico? Parabéns pelos diversos grandes eventos que tua cidade vai sediar. Certamente todos desejarão estar por aí em 2012, 2013, 2014, 2025 ... :) O Rio continuará lindo.

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  10. Interessante. Concordo com as colocações do Flavio e também do nosso conterrâneo Martini Bianco. Muito bom. Continue neste caminho. eu prometo mas não cumpro.

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    1. Obrigado António! Agradeço a participação. Sê bem vindo ao Blog. Também concordei com o Martini pois fez um comentário muito lúcido e não só do ensino mas de alguma parte da estrutura da sociedade brasileira. Obrigado por sua participação. Não precisa prometer nada... apenas volte a comentar :)

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  11. O Governo brasileiro, em todas as esferas, deveria preocupar-se em investir em políticas que atendam a classe de professores do ensino fundamental, médio e universitário (capacitação e melhores salários), bem como na infra-estrutura das escolas (uma gde parte ainda são precárias, uma vergonha), na merenda escolar (como exigir aprendizado se falta o básico) e numa grade que atenda às necessidades dos estudantes, capacitando-os dignamente para concorrerem em igualdade com os demais jovens deste imenso país. Faltam interesse, vontade política (a corrupção impera, o desvio de verbas públicas nos setores da educação, saúde, segurança, etc., é gritante, vergonhoso, descabido). Logo, criam-se cotas (emergencial) evitando-se ou empurrando para um futuro incerto medidas concretas para sanar os problemas que se tornaram crônicos. Oportuno teu post. Abraços a vc, do pantanal.

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    1. Obrigado Lia pelo comentário. Parece que foi uma escolha acertada (embora arriscada) escrever sobre este assunto. Há meses que eu desejava fazê-lo mas esperava a aprovação da dita Lei. Concordo em gênero e número quanto a necessidade de melhoria (urgentíssima) no Ensino Básico em toda a linha (professores, estruturas, alimentação) sob pena de estarmos "hipotecando um bem maior" que é a educação de nossas crianças, sejam elas de que cor forem. Abraços de Portugal :)

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  12. Pelo que vejo, "nuca antes neste país" teu blog foi tão comentado. Um quorum qualificadíssimo! Gostei muito do comentário do Martini Bianco (se fosse Martini Rosso, aposto que seria igualmente bom, hehe). Note-se que a visão dele é muito mais lúcida que dos tecnocratas nacionais. Há que se privilegiar as cotas sociais, não as raciais. Não entanto, não há cota que resista à decadência do ensino no Brasil. Nesse ponto, concordo com a manifestação da Lia. Valorize-se o professor, qualifique-se o ensino antes de tudo. Um beijo.

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    1. Ivete, vi que publicastes dois comentários diferentes e que o último estava mais completo, por isso removi o anterior e deixo este, mais claro e contundente. Obrigado Ivete !!!!! (segue o que eu já havia escrito antes...)
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      Ivete, mais uma vez obrigado por tua constante e sempre lúcida participação. Acho que temos aqui no Blog uma equipe (equipA, em Portugal) de comentaristas de primeiro escalão. Já dá para dizer que temos "articulistas" de alto nível :).
      Este post suscitou o aparecimento de diversos outros, dentro dele mesmo. Isto é muito interessante! Obrigado!!

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  13. Caro Flávio e demais "debatedores". Eu ia escrever um arrazoado em defesa das cotas quando li o comentário da Marília Neumann e me senti completamente contemplado, até porque, apesar do sobrenome era de uma pessoa negra, portanto beneficiária das cotas e principalmente vítima dos nossos preconceitos (que procuramos disfarçar de todas as maneiras e com todos os eufemismos). Então com mais tempo descobri um pequeno texto do Senador paulo paim, sobre o tema, que compartilho para ilustrar esse debate:

    Era praticamente 10 da noite, da terça-feira, dia 07/08, quando o plenário do Senado Federal aprovou o projeto que prevê 50% das vagas em universidades federais e em escolas técnicas para alunos que cursaram escolas públicas. Foi uma sessão memorável, digna dos Anais da Casa.
    A proposta aguarda a sanção da presidenta Dilma para tornar-se lei federal. Ela estabelece critérios sociais e étnico-raciais. A cota mínima de 50% será distribuída entre brancos, negros, pardos e indígenas, proporcionalmente à composição da população em cada estado, tendo como base as estatísticas do IBGE.
    Essa ação afirmativa é uma forma de reparar a exclusão histórica de gerações que durante séculos foram escravizadas, discriminadas e banidas dos capítulos da nossa cidadania: educação, emprego… Aliás, o que aprovamos não é nenhuma novidade, outros países já o fizeram: EUA, África do Sul, Índia, Canadá, México.
    A realidade nos reporta a alguns dados, vejamos: 88,8% da juventude brasileira estuda em escolas públicas, 11,2% em escola privada. Está havendo uma inversão de valores no princípio da justiça social. Os alunos de escolas públicas, em sua grande maioria, acabam indo para a universidade privada. Os alunos da escola privada acabam indo para as universidades públicas e gratuitas. O cerne da questão está aí. Há, portanto, a necessidade de igualdade de condições para a plena cidadania… Para negros, brancos, pardos, indígenas, pobres, para todos os filhos do vazio social.
    É claro que a exclusão social pode ser solucionada por meio de investimentos maciços nas bases da educação. Estamos fazendo isso, mas é preciso fazer muito mais, pois os frutos só serão colhidos daqui a algumas décadas. Ora, ora, ora, nós temos pressa, a nossa gente tem pressa, o Brasil quer o horizonte.
    Que perspectiva dar às pessoas que desejam entrar, hoje, em universidades e em escolas técnicas? Que também desejam um lugar ao sol?
    A maioria das universidades já adota alguma medida inclusiva. O próprio STF já julgou a legalidade das cotas. Se levarmos em consideração as cotas que já são aplicadas por 70 % das instituições federais públicas e pelo Prouni, mais de um milhão de jovens chegaram as universidades.
    Não haverá inclusão social em nosso país, justiça na distribuição de renda ou diminuição da violência, se não trabalharmos para a inclusão social. Não haverá inclusão social em nosso país enquanto somente uma pequena parte da nossa sociedade for beneficiada, enquanto apenas uma pequena parte tiver acesso à educação, à saúde,… A cidadania é para todos.
    Quando as cotas não forem mais necessárias (o prazo é de 10 anos), a exemplo de outros países, não faremos mais uso delas. Quando os espaços forem igualmente distribuídos… Quando os vestígios do preconceito forem extintos…
    Quando os homens forem valorizados pela sua capacidade, pelos sentimentos que levam no coração e nunca pela cor da pele ou pela condição econômica, aí estaremos prontos para um novo amanhã, para uma nova era, para um novo Brasil… Assim eu creio.

    Paulo Paim é senador. (publicado em http://sul21.com.br/jornal/2012/08/justica-aos-filhos-do-vazio-social/)

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    1. Paulo, não consigo responder... o "Blogger" diz que é muito grande (e talvez muito chato kkkk). Vou tentar de outra forma... Abraço, Flávio.

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    2. Muito obrigado Paulo Augusto! Legal que o debate que tem acontecido pois assim podemos agregar idéias novas. Continuo discordando de "uma parte" do que alguns políticos dizem pois eles contam 'verdades parciais' e algumas vezes descontextualizadas. Neste excerto do discurso do Senador Paim, podemos verificar um pouco disto:
      "Os alunos da escola privada acabam indo para as universidades públicas e gratuitas. O cerne da questão está aí. Há, portanto, a necessidade de igualdade de condições para a plena cidadania… Para negros, brancos, pardos, indígenas, pobres, para todos os filhos do vazio social."
      Isto não é uma verdade absoluta, como não é verdade que os países que ele cita tenham recorrido a este tipo de lei para 'repor' alguma injustiça histórica. Os que o fizeram, fizeram-no há décadas atrás e tinham problemas de segregação violenta o que nunca houve no Brasil (não fechemos os olhos para a que existe, evidentemente). Aí fico com o que diz a Dra. Roberta Kaufmann no final de seu artigo...
      "Nós não precisamos copiar um modelo que foi pensado para resolver o problema do racismo institucionalizado e praticado em outros países. Podemos ser criativos e elaborarmos um modelo próprio de ação afirmativa para a necessária integração dos negros carentes no Brasil… "
      Sou ‘branco’ (sic) graças a Deus isto NUNCA me valeu para NADA em nenhum lugar do mundo que já visitei. Estudei durante 90% de minha vida em Escolas Públicas, trabalhei ao mesmo tempo das duas faculdades que cursei (2 anos e meio de Engenharia Civil -que não gostei, kkkk- e os 4 anos de Odontologia, AMBOS na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, prestando Vestibular como qualquer outro estudante). Precisava trabalhar pois minha família jamais teria condições de arcar com os custos da faculdade. Um de meus mais brilhantes colegas é negro, estudou no Ensino Público, vivia de forma simples e mesmo assim foi o melhor entre os melhores da turma. Por estas coisas é que acho que a 'etnia' nem deveria ser enaltecida. TOMEM ATITUDES não pela cor mas pela resolução das NECESSIDADES BÁSICAS do povo -seja amarelo, azul, castanho…- Os políticos como sempre, embarcam na demagogia e agora propalam as 'mil maravilhas de uma lei que não parece refletir o que o POVO PRECISA. Não adianta um 'branco ou pardo' entrar em uma Universidade Federal se depois o MERCADO de trabalho os 'barrar por qq outro motivo'. O preconceito vai muito além da cor da pele e isto é uma questão de educação. Trabalhei 9 anos no extinto Banco Real enqto estudava. Havia inúmeras regras de apresentação e conduta. Até para corte de cabelo. Logo depois de sair do Brasil fui a um Banco em Londres e o senhor do caixa tinha pelo menos umas 6 cores no cabelo, já naquela época ao estilo do que usa o ‘Neymar’ do Santos. Algum dia vimos alguém assim, atrás do balcão do Banco do Brasil? Isto só para dizer que temos diversos preconceitos que são culturais e que devemos combater. Nestes anos nunca vi qualquer tipo de conflito racial beligerante no Brasil, como vemos, nestes países que já tiveram as tais 'leis que hoje nos regozijamos de ter aprovado'. É um assunto delicado mesmo. Não tiro a razão de ninguém, em nenhum momento. Apenas continuo com a convicção de que nunca tive minha vida estudantil e econômica 'facilitada' por ter a tez 'branca'. Um país da nossa dimensão étnica e cultural deveria fazer exatamente o contrário disto tudo. Deveria começar, sem "sofismas" (recorda-se da campanha para o Grêmio Estudantil do nosso "Barão"? 'imagem sofismática' kkk) pela BASE. Deem ALIMENTAÇÃO, SAÚDE e uma vida DIGNA ao povo e ele não pedirá NADA para os políticos e alcançará TODAS as metas a que se propuser. Desculpa pela enorme resposta. Como o assunto é delicado, é preciso deixar as coisas bem balizadas. Muito obrigado por tua participação Paulo. Apareça mais com tuas sempre interessantes opiniões. Grande abraço do amigo Flávio.

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    3. :P ... agora foi ! Abração Paulo!!!! Aparece!

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    4. Aparecerei sim, Flávio. É sempre bom participar de debates inteligentes, eles nos instigam e fazem com que sejamos reflexivos.
      Recomendei teu blog para a comunidade de ex-alunos do Barão no Facebook. Não sei se usas essa rede social, mas boa parte dos nossos colegas e contemporâneos no colégio usam e participam dessa comunidade, onde temos trocado visitas virtuais, fotos, lembranças... A grande incentivadora dessa comunidade é a Elaine Prass. Podes conferir a comunidade em https://www.facebook.com/groups/138293066247163/ , mas precisa ter conta no facebook. Abraços

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    5. Muito obrigado Paulo Augusto. Já fui dar uma olhada na página que tem bastante gente legal. Não tenho página ativa, usei a de minha loja de produtos reciclados para impressoras (que nada tem a ver com minha atividade na medicina dentária, aqui em Portugal , claro :)) e não sei se, ela sendo página empresaria, poderei participar do grupo com ela.
      http://www.facebook.com/pages/XXL-Refill-Oeiras-Reciclagem-de-tinteiros-e-toners/172616639471325
      Espero poder encontrar todos brevemente. Abraços do colega e amigo Flávio.

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    6. Creio que consegues sim participar do grupo com o perfil comercial. Então te achastes nas fotos?
      Abraços.

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  14. Hey, quantos posts há somente aqui nos comentários? Desta vez o pessoal apareceu hein? Muito legal! Beijos

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    1. Pois é Cláudia, apareceram de todos os quadrantes, o que é excelente! Assim formamos uma idéia/opinião mais robusta. Obrigado!

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  15. Olá a todos. Acompanho o Blog há alguns meses mas nunca havia comentado. Achei muito interessante este debate em torno desta lei, muito bem focada pelo Flávio (adoro sue Blog e já repassei para amigos e amigas). As idéias são fabulosas e gostei de ver que os que comentam já estão fazendo isto sobre os outros comentários. Parabéns Flávio por estares conseguindo este alcance. Gostei mais ainda. Obrigada, Cristiane.

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    1. Cristiane, eu é que agradeço muito por começares a comentar e, na verdade, por teres 'aparecido' nos últimos dias (como 'membro do Blog'). Sinta-se a vontade para comentar, sempre. Agradeço os elogios. Eles servem a todos que de alguma forma participam, dão idéias e apoiam. Muito obrigado! Flávio.

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  16. Ainda um pouco incomodado com essa contrariedade geral com o sistema de cotas trago mais alguns elementos para a discussão:

    http://www.idelberavelar.com/archives/2005/04/o_brasil_posgra.php

    http://www.idelberavelar.com/archives/2011/01/no_brasil_naosomosracistas_mais_um_negro_e_espancado_gratuitamente_que_nao_fique_impune.php

    Abraços,

    Paulo Augusto

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    1. Oi Paulo! Acho saudável que as pessoas comentem e que discordem umas das outras, desde que haja espírito aberto para modificar, quando julgarem pertinentes, sua forma de ver as coisas. Li o 1º link que enviastes e acho que está tudo certo mas o professor Idelber Avelar -que sabe muito bem avaliar uma multiplicidade enorme de questões- 'força um pouquinho a barra' na questão da COR e não me parece que seja ESTE o foco principal da discordância dos que aqui debatem. Vejo mais pessoas preocupadas com o fator mais importante da "exclusão" que é a miséria, seja de negros, brancos, pardos, mulatos, etc. Enquanto houver miséria, nem um prato para comer, nem saneamento, nem saúde, nem uma Escola Pública DECENTE me parece "irrelevante" brigar e discutir tempos sem fim, sobre uma "palete de 135 ou mais cores" que o brasileiro foi capaz de produzir em pesquisa livre.
      Reparar erros do passado colonial, sim. Corrigir as discrepâncias produzidas por nós mesmos melhorando a qualidade de vida (não de 'sobrevivência') do povo... ESSENCIAL!
      Acho que ninguém é contra as "cotas" mas uma enorme maioria é contra a distribuição de benesses a afrodescendentes (ou outra raça qualquer) endinheirados e que sempre tiveram vida fácil. Tome-se atenção para que ter dinheiro não significa não sofrer alguma espécie de racismo. O jogador brasileiro Roberto Carlos, quando estava no Real Madrid, teve 2 ou 3 vezes seu carro riscado com palavras racistas e era um ídolo do clube espanhol e pago a peso de ouro. Por isso, acho eu, que o caminho é EDUCAR.
      Como disse, não contra esta ou aquela lei. Sou é absolutamente contra o excesso de leis que tentam 'governar demagogicamente' o gigante que é o Brasil. Acho ótimo que o pessoal leia as tuas excelentes recomendações! Abraços do amigo Flávio.

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  17. muito coerente tudo que foi escrito por aqui sobre as famosas cotas ! Eu , sempre questionei e achei totalmente impróprio.

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    1. Há situações que são complexas. Há Leis cuja aplicabilidade é mais ainda... esta é uma delas. É bom dar uma lida nos comentários, que são bastante enriquecedores e mostram diversos pontos de vista. Beijos, querida!

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  18. Uma pequena notícia, para ilustrar o debate. Não fosse o sistema de cotas, a UFRGS ainda não teria um índio entre seus quadros e muito menos ainda, FORMADO!Vejam em: http://www.ufrgs.br/ufrgs/noticias/primeira-aluna-indigena-da-ufrgs-recebe-hoje-diploma-de-graduacao

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    1. PARABÉNS Paulo. Tuas contribuições são sempre muito interessantes e ajudam as pessoas a formarem uma opinião mais embasada! Muito obrigado por tua consistente participação! Fico muito feliz. Abraço, Flávio.

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